O sino acima da porta tilintou quando Elize entrou no Café Velluto. Era cedo, mas o sol já aquecia as ruas estreitas da Baía das Abelhas, refletindo nas janelas com cortinas claras e vasos de lavanda. Ela tirou os óculos escuros, respirou fundo e foi direto para o balcão.
— Olha quem resolveu aparecer — disse Madalena, abrindo um sorriso largo e jogando o pano de prato sobre o ombro. — Já tava achando que tinha virado estrela e esquecido da ralé.
— Famosa e ocupada — Elize respondeu, entrando no clima. — Agora só atendo com hora marcada e com café na temperatura certa.
— Então senta que hoje eu faço até arte no cappuccino — respondeu Madalena, já pegando a xícara. — Vai querer croissant ou já tá vivendo de elogio dos Villamar?
Elize riu alto.
— Croissant. E menos deboche, mais acolhimento, por favor. A semana foi um caos.
Madalena preparou o pedido e deslizou a xícara até Elize, sentando-se do outro lado do balcão com um pão de queijo na mão.
— Me conta tudo. Quero os de