Quarta-feira amanheceu com céu limpo e um certo peso no ar. Elize estava debruçada sobre a bancada da recepção, rabiscando algo no caderno, quando Arthur entrou.
— Bom dia — disse ele, seco.
Nada de piada.
Nada de sorriso torto.
Só um cumprimento e passos firmes direto pra sala de Henrique.
Ela franziu a testa. Estranho.
Mas logo mergulhou de novo nos documentos, acreditando que ele só não dormiu bem.
Na sala de Henrique, Arthur bateu na porta com um pouco mais de força que o necessário.
— Preciso saber a verdade, irmão.
Henrique ergueu os olhos do notebook, confuso.
— Verdade sobre…?
— Elize. Como vocês se conheceram. O que você sabe sobre ela de verdade?
Henrique levou alguns segundos tentando entender a pergunta.
— O que eu sei… é que ela é boa no que faz. Inteligente, responsável. E que conheci ela uma noite qualquer em que fugi de casa para conhecer o cais da Baia das Abelhas. Isso é tudo.
— Isso não pode ser tudo. É aí que começa a minha dúvida.
Arthur cruzou os