O sol ainda nem havia aquecido direito a Baía das Abelhas quando Elize ouviu o inconfundível som do pneu estourando.
Um “tchum” seco, direto, seguido daquele balançar perigoso do guidão da scooter que ela já conhecia bem demais.
— Ah, não, joaninha! Logo hoje?
Parou o veículo no acostamento, bufando. Conferiu o estrago com as mãos na cintura.
O pneu traseiro parecia ter passado por cima de todos os pregos da cidade.
E, claro, justo na manhã da famigerada “Augusto-feira”.
Sem perder tempo, tirou o celular da mochila e digitou uma mensagem rápida para Henrique:
“A joaninha me sabotou. Tô indo a pé até uma borracharia. Vou me atrasar um pouco, mas tô viva.”
Ela olhou para o céu claro e suspirou. Devia ser um aviso.
Henrique estava entrando no elevador do prédio quando o celular vibrou.
Leu a mensagem com uma sobrancelha erguida e um meio sorriso nos lábios.
Equilibrou rapidamente a pasta de couro entre o braço e o peito e começou a digitar a resposta, já prevendo o t