À noite, chegaram ao jantar em momentos diferentes.
Arthur foi o primeiro.
Cumprimentou a mãe com um beijo na bochecha e trocou poucas palavras com Augusto, que mantinha o tom cordial de sempre — polido, mas distante.
O pai usava um suéter vinho por cima da camisa branca, e os óculos deslizavam suavemente pela ponta do nariz enquanto lia um jornal dobrado ao meio.
Pouco depois, Henrique entrou.
Cabelos ainda levemente úmidos, expressão contida, mas firme.
Abraçou Ágatha por mais tempo do que o habitual, como se aquele gesto tivesse algo de silencioso — e necessário.
— A mesa está pronta — anunciou Ágatha, em voz suave, e os conduziu até a sala de jantar.
A mesa era longa, de madeira escura, com velas acesas e louça fina. Mas mesmo com os quatro sentados próximos, a distância parecia maior que nunca.
Henrique posicionou-se ao lado da mãe. Arthur sentou-se de frente para ela, para observar.
E Augusto ocupava, como sempre, a cabeceira. Como se o mundo ainda precisasse lembr