(Alexander)
A penumbra do meu apartamento parecia mais densa depois daquela noite. Emily havia adormecido em meus braços, seu corpo envolto apenas pelo lençol, o rosto sereno como há muito tempo eu não via. Mesmo na tranquilidade do sono, ela parecia carregar o peso de tudo que enfrentamos.
Eu a observei em silêncio, com um sentimento que os anos de frieza e estratégia jamais tinham conseguido enterrar. Aquela mulher me despia da armadura que passei a vida construindo. E isso me assustava.
Mas, ao mesmo tempo, me dava forças.
Levantei-me cuidadosamente, cobrindo-a melhor com o lençol e caminhando até a varanda. Acendi um cigarro, não pelo hábito, mas pela necessidade de ocupar as mãos, como se aquilo pudesse conter a avalanche de pensamentos. O vento da madrugada era cortante, mas nada se comparava às verdades que eu precisava encarar.
Dylan estava se reaproximando dela. Noah ainda a observava como se fosse sua razão de existir. E eu... eu estava tentando me redimir tarde demais?
Emil