Capítulo 15
Catarina Smith
O jantar começou com pontuações claras e dadas como certas, que eram quebradas apenas pelo tilintar dos talheres. Os pratos, preparados com esmero pela cozinheira de longa data, pareciam insípidos. Minha mãe, em uma tentativa desesperada de quebrar aquele assunto incômodo, lançou um comentário sobre o clima, mas a resposta de Paul, um simples "sim, está agradável", apenas aumentou a sensação de estranhamento.
Não era hora para falar quem iria ter a maior porcentagem da fusão que ainda não foi consultada.
A certa altura do jantar, meu pai pigarrou, limpou a garganta e colocou o garfo de lado. Seus olhos, que pareciam conter uma avidez e certeza, encontraram os de Paul, que o encarava com curiosidade.
- Paul, meu caro. - Ele começou, a voz grave. - Gostaria de lhe fazer uma pergunta, algo que, para nós, é de extrema importância.
Paul, que até então parecia absorto em seus próprios pensamentos, assentiu, e a atenção de todos na mesa voltou para a c