O raio de sol entrou com força através da janela do quarto de hóspedes de Helen, e a ressaca açoitava-me com tal intensidade que a minha cabeça parecia prestes a explodir. Tudo dava voltas. Entreabri os olhos e estiquei-me, tentando juntar os fragmentos da noite anterior. Mal conseguia uma imagem confusa de Charlotte debaixo de mim. Não tinha claro onde me encontrava, mas quando estiquei o braço e senti o corpo de uma mulher junto a mim, uma breve sensação de satisfação atravessou-me, como se estivesse no topo de uma queda inevitável.
«Bom dia, Charlotte!», virei-me para a olhar, sem compreender por que o meu subconsciente tinha decidido trair-me dessa maneira.
Helen já estava acordada, observando-me em silêncio. Ao ouvir-me chamá-la dessa forma, levantou-se da cama de um salto e lançou-me um olhar penetrante.
«Charlotte? De verdade pensas que me pareço com a Charlotte?», reclamou, com as mãos na cintura e sem ocultar absolutamente nada.
Apertei os olhos, tentando que o meu cérebro co