O Jogo é Dela.
O carro deslizou até a garagem privativa do edifício, e Augusto estacionou com precisão cirúrgica. Durante todo o trajeto, o silêncio se manteve, mas não era vazio. Era denso, carregado de tudo que vibrava entre eles.
Eloise, apoiada no banco, mordia o lábio, deixando escapar um sorriso atrevido. O álcool a embalava, dissolvendo as barreiras que normalmente a impediam de enfrentar aquele olhar.
Quando saíram do carro, ele não lhe deu tempo para pensar. A mão firme em suas costas a guiou até o elevador.
Ali dentro, o silêncio parecia mais intenso do que a música mais alta da boate. O espaço fechado fazia cada respiração ecoar. Augusto mantinha os olhos fixos à frente, mandíbula rígida, enquanto Eloise sentia cada segundo como um desafio. O coração dela batia acelerado, mas o álcool fazia a mente sussurrar: entra no jogo.
O elevador parou. A porta se abriu.
No apartamento, a penumbra era quebrada apenas pelas luzes da cidade que entravam pelas janelas amplas. Augus