Capítulo 68 — O Alvo

No hospital, a menina estava sentada, cobertor nos ombros, olhar baixo.

Quando viu Sofia, não sorriu.

Só puxou o ar, como se reunir coragem doesse.

Sofia se aproximou devagar e sentou ao lado, sem invadir espaço.

— Oi. — Sofia disse, suave. — Eu estou aqui.

A menina olhou para os próprios dedos, mexendo nas bordas do cobertor.

— Eu... — a voz saiu quase inaudível. — Eles falaram...

Sofia ficou imóvel.

— Respira, você está segura.

A menina assentiu.

— Ela não gritou. Não ameaçou. — engoliu seco. — Ela só… olhou. Como se eu fosse… nada.

Sofia sentiu um gelo por dentro.

— Você reconheceria se visse de novo?

A menina respirou fundo, e os olhos se encheram de algo que não era choro — era medo velho.

— Eles chamaram de… “Senhora Martins.”

Sofia travou por um segundo.

Senhora Martins.

Nicole.

Sofia apertou a mão da menina com cuidado.

— Você fez muito bem em falar comigo.

A menina piscou rápido.

— Eles disseram… — a voz tremeu. — Que os policiais são
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