Eloise voltou à mesa com elegância. Tinha trocado de roupa no caminho do toalete — vestia novamente sua saia lápis preta e a blusa branca impecável, o rosto sereno, as mãos limpas e os cabelos novamente presos com precisão. Sentou-se como se não tivesse percebido o clima levemente alterado que pairava no ar.
— Tudo certo? — perguntou, educada.
— Perfeitamente — respondeu Heitor com um sorriso simpático demais, que Augusto achou irritante.
Ela sorriu de volta, discreta, e pegou sua xícara de café. O sabor quente e amargo do café ajudava a equilibrar o desconforto de ser observada por dois homens — mas por motivos completamente diferentes.
Augusto, calado, apenas observava. As mãos firmes no braço da cadeira, o olhar focado nos gestos pequenos de Eloise. A maneira como ela cruzava as pernas, como segurava a xícara com delicadeza, como se esforçava para parecer.
Profissional. Distante. Irretocável.
E por algum motivo... aquilo incomodava mais do que ele esperava.
Os últimos pont