Capítulo 33
Eloise voltou à sua mesa com passos calculados, o coração ainda tentando desacelerar.
O batom discretamente reaplicado escondia os vestígios do caos que havia sido o elevador.
Sentou-se com elegância, os olhos na tela, os dedos sobre o teclado…
Mas a mente, essa estava longe.
Augusto seguiu direto para sua sala. A expressão era a mesma de sempre — fria, inatingível — mas por dentro, ele fervia. O gosto do beijo ainda estava presente. O toque dela em sua nuca, a resposta imediata, intensa. Aquilo não deveria ter acontecido. Mas aconteceu. E, agora, o silêncio entre eles parecia falar mais do que qualquer palavra.
Ambos tomaram a mesma decisão: esconder o que sentiam atrás do trabalho.
Eloise se afundou em tarefas: revisou e-mails, atualizou a agenda, leu documentos com atenção redobrada. Precisava manter o controle. Precisava esquecer que, poucos minutos antes, tinha sido beijada como se fosse única. Como se fosse dele.
Augusto, entre um relatório e outro, não conseguia evi