O ALVO QUE NÃO PARAVA
No oitavo andar, não tinha parede.
Só vento.
Só concreto.
Só precipício.
Lucas estava de frente para Augusto conforme o vento rasgava o silêncio.
Nenhum dos dois piscava.
Mas então —
Passos.
José surgiu no topo da escada.
Lucas desviou o olhar de Augusto como se tivesse sido puxado por um ímã invisível.
O sorriso nasceu devagar no rosto dele.
— Que bom ver você, José Monteiro… — disse, quase doce.
Mas o sorriso morreu do mesmo jeito que nasceu —
rápido demais.
Porque atrás de José, subindo um passo atrás,
Francisco.
Rosto tenso.
Respiração curta.
Culpa antiga pesando nos olhos.
Lucas congelou.
— Tio? — a palavra saiu em choque, cortada.
Depois, veio como veneno:
— O que você está fazendo aqui?
— E com ele? — o olhar dele voou para José, depois Augusto — e voltou para Francisco com fúria.
Augusto, enquanto Lucas estava focado em Francisco,
levou a mão até a orelha.
Um toque.
Sinal.
Do lado de fora.
No carro camuflado, Thomas endireit