Segunda de Aviso.
O dia começou com uma notícia que fez o coração de Eloise bater em compasso diferente: o hospital ligou às oito e quinze da manhã.
— Senhorita Nogueira? — a voz da recepcionista, animada. — O doutor pediu para avisar que seu pai deve receber alta amanhã. Ele quer conversar com a senhora às 10h para assinar a liberação.
Eloise ficou parada por um segundo, o telefone na mão, descrevendo uma sensação que misturava alívio, medo e uma alegria tão súbita que quase a fez rir na calçada.
— Obrigada — conseguiu dizer, e desligou com as mãos trêmulas.
O sol daquele início de outono parecia mais generoso, como se também tivesse ouvido a notícia.
As folhas nas árvores do quarteirão já ganhavam tons de cobre e ouro, e uma brisa morna varria a cidade como quem passasse a mão no rosto de alguém que acaba de acordar para algo bom.
Eloise decidiu ir andando, cantava baixinho — uma canção qualquer que escutava no fone. A música parecia acompanhar o movimento da cidade.
Na ent