A Teia se Fecha
O relógio do saguão do Hotel marcava quase oito da noite quando Thamires entrou.
Os saltos ecoavam no mármore como estalos de veneno, e o perfume caro deixava um rastro doce e perigoso.
No bar reservado, um homem já a esperava — terno escuro, olhar calculado e um copo de conhaque na mão.
Ele não gostava de atrasos. Muito menos de surpresas.
— Finalmente. — disse, sem levantar os olhos. — Achei que tivesse desistido.
Thamires sorriu, aquele tipo de sorriso que nunca dizia o que pensava.
— Eu nunca desisto Louvre. Apenas ajusto as jogadas.
Mas antes que ele pudesse responder, uma terceira voz ecoou atrás dela:
— Espero que não se importem com a minha presença.
Louvre levantou os olhos, e o sorriso sumiu.
— O que é isso, Thamires? Eu pedi discrição.
O homem à porta deu dois passos à frente. A postura era arrogante, o terno impecável.
Louvre o reconheceu de vista — empresário, influência razoável, fama duvidosa.
— Calma. — disse Thamires, pousando a mão no braço do parceir