O Tabuleiro Oculto.
A noite terminou em despedidas formais.
Lorenzo e os pais deixaram a mansão Martins, o som do motor desaparecendo ao longe.
Nicole ficou parada na porta, os olhos marejados, o coração apertado pela sensação estranha de que, apesar de todo o jantar, nada tinha avançado. Nenhuma palavra sobre alianças, nenhuma insinuação sobre datas, nem mesmo uma menção ao casamento que ela tanto sonhava.
— Mãe… — murmurou, quase num choro. — Eles não falaram nada. Nada!
Carla Martins fechou a porta com calma, como se não tivesse pressa. O olhar dela estava frio, calculista, bem diferente da angústia da filha.
— Escuta, Nicole. — disse, firme, segurando-a pelos ombros. — É por isso que precisamos agir. Você acha que essas famílias de tubarões vão entregar o ouro de bandeja? Eles só respeitam quem joga.
Nicole baixou os olhos, fungando.
— Eu não sei jogar, mãe… eu só queria que ele me amasse.
Carla suspirou, quase com impaciência, mas suavizou o tom.
— Então aprenda. Porque se não a