A verdade no Reflexo.
A sexta-feira amanheceu clara em Cidade Norte. O céu azul límpido contrastava com o ar frio que cortava a pele, típico do final de setembro. O outono europeu começava a se impor: o sol brilhava, mas não aquecia de verdade. O vento trazia folhas secas pelas calçadas, espalhando-as em redemoinhos dourados.
Eloise se espreguiçou no sofá-cama da Nathalia, ajeitando o cabelo preso em um coque improvisado. Um bom banho, depois já estava vestida para o trabalho, usando uma calça preta skinny, uma blusa de tricô bege emprestada da amiga e um casaco leve para enfrentar a manhã fria.
Na cozinha, o cheiro de café fresco preenchia o ar. Nathalia já estava à mesa, mordendo uma torrada enquanto folheava distraidamente uma revista.
— Dormiu bem? — perguntou, com a boca cheia.
Eloise sorriu de canto, sentando-se diante dela.
— Bem melhor do que imaginava. Obrigada por ontem, Nathalia… eu precisava disso.
Nathalia empurrou a caneca de café na direção dela.
— É pra