Sorriso Ensaiado.
O reflexo no espelho devolvia a imagem de um homem irretocável.
Augusto Monteiro ajustou a gravata com precisão cirúrgica, vestindo o terno sob medida que abraçava seus ombros largos. No pulso, um relógio suíço caríssimo brilhava sob a luz, discreto mas imponente. Cada detalhe importava — ele não era apenas o CEO de uma das maiores empresas de tecnologia do país. Ele era “o implacável”. O nome que o mercado lhe dera e que ele fazia questão de honrar.
Pouco depois, o carro preto deslizou até a entrada do salão. O ambiente já pulsava em ostentação: lustres de cristal, tapete vermelho, taças tilintando. Gente que sorria demais, que falava alto demais, todos carregando o mesmo brilho ensaiado nos olhos de quem achava que o mundo girava em torno do próprio umbigo.
Augusto entrou com a postura ereta, o olhar verde analisando cada rosto, cada gesto. O silêncio em torno dele era quase natural — quando Augusto Monteiro chegava, os outros se calavam.
Foi então que a atenção d