O silêncio depois da saída de Antonieta ficou pesado demais para aquele apartamento.
Sofia ficou parada na entrada da cozinha, segurando o pano ainda sujo de café, sem saber se dava mais um passo… ou recuava.
Thomas estava de pé no meio da sala, mãos na cintura, ombros tensos, olhar perdido no chão. O ar inteiro ao redor dele parecia carregado de coisas não ditas — de anos não ditos.
Sofia respirou fundo.
— Thomas… — chamou baixinho.
Ele levantou o olhar.
E o que Sofia viu ali… não era raiva.
Era dor.
Ferida antiga, funda, aberta de novo sem aviso.
— Ela sempre foi assim? — Sofia perguntou com cuidado. — Tinha outra visão da grande Antonieta.
Thomas soltou um riso curto, amargo.
— Ela é pior.
Sofia se aproximou, devagar.
Como se ele fosse um animal ferido que ela temesse assustar.
— Por que você nunca me contou que ela era sua mãe?
Ele apertou a mandíbula.
— Porque não faz diferença. — Thomas virou o rosto. — Nem pra mim… nem pra eles.
Aquilo atingiu S