A manhã demorou a começar. O evento só abriria as portas às onze, mas Lorenzo parecia determinado a não deixar que eu me atrasasse — ou que eu ficasse sem café da manhã. Acordei com a bandeja sobre a mesinha do quarto: croissants dourados, frutas frescas e um cappuccino com a espuma no ponto perfeito.

— Bom dia, dorminhoca. — ele falou, debruçado no batente da porta, como se fosse a cena mais normal do mundo.

Ele já estava pronto em seu terno preto que valorizava os ombros largos, cabelos levemente úmidos, mas bem penteados e um sorriso estonteante que alcançava completamente seus olhos.

— Você acorda assim todos os dias? — murmurei, ainda enrolada nos lençóis. — Com cara de capa de revista?

Ele riu baixo. — Costume. Mas nada é tão bom quanto ver você desse jeito. Tranquila.

Será que ele é louco? Estava eu deitada sobre a cama com os cabelos desgrenhados, olhos levemente inchados de quem literalmente acabará de acordar.

O dia seguiu acelerado, como se alguém