Pov. Narrador
A chuva começou de madrugada, fina e constante, batendo nas janelas como se quisesse avisar que o dia não seria leve. Isabella acordou com o som das gotas, meio confusa, meio desperta. Sentou-se na cama, puxou o cobertor até o queixo e ficou ali, observando o céu cinzento pela fresta da cortina.
Era sábado. Um daqueles dias em que a cidade parecia desacelerar, e o silêncio ganhava espaço entre as ruas molhadas.
Pegou o celular. Nenhuma mensagem. Nenhuma notificação. Nenhum som que a distraísse de si mesma.
Passou a mão no cabelo, respirou fundo e tentou empurrar a sensação estranha que a acompanhava desde a conversa com Ethan. Havia algo na voz dele, naquele “quero te ver bem”, que ecoava dentro dela como uma nota mal resolvida.
Parecia sincero, mas também parecia uma despedida.
Fez café, colocou uma playlist antiga e deixou o som preencher o apartamento. Cada canção trazia lembranças, algumas doces, outras difíceis. Era impressionante como certas músicas tinham o