Pov. Ethan
A manhã seguinte nasceu cinzenta sobre Nova York. O céu, coberto por nuvens densas, parecia antecipar o peso das horas que viriam. Ethan acordou antes do sol, depois de uma noite em claro, olhando para o teto e revivendo cada detalhe dos últimos dias.
O apartamento, silencioso, guardava o mesmo vazio que ele sentia por dentro. O terno que usaria estava pendurado na cadeira — não como um símbolo de poder, mas como uma armadura. Sabia que o dia seria longo. Difícil. Necessário.
Pegou o celular. Três mensagens não lidas do pai. Duas do assessor de imprensa. Nenhuma de Helena.
Ele soltou um suspiro cansado. O silêncio dela dizia mais do que qualquer palavra.
Às nove em ponto, o carro preto parou diante do portão de ferro dos Vasconcellos, a família da até então noiva. A mansão deles, imponente, parecia fria como sempre — janelas fechadas, jardins simétricos demais, e aquele ar de perfeição que escondia o que de fato se passava lá dentro.
Quando Ethan atravessou o portão, sentiu