Pov. Narrador
A noite caiu sobre a cidade com um peso quase sufocante. As luzes dos prédios piscavam como se cada janela escondesse uma história silenciosa — algumas de amor, outras de culpa. Ethan dirigia sem destino, o volante firme nas mãos, o olhar fixo na estrada como quem tenta fugir dos próprios pensamentos.
Desde a ligação de Victor, o nome de Helena ecoava em sua mente como uma sombra que se recusava a desaparecer. “Ela não agiu sozinha.” Aquela frase era uma sentença. Um lembrete cruel de que o passado sempre encontra um jeito de voltar, mesmo quando você jura tê-lo deixado para trás.
Ele estacionou o carro perto do parque onde costumava ir quando precisava pensar. Aquele mesmo parque onde, anos atrás, havia levado Isabella para um piquenique improvisado, rindo do jeito atrapalhado dela ao tentar abrir a garrafa de vinho. A lembrança o atingiu com força. Era como se ainda pudesse sentir o perfume dela misturado ao cheiro de grama úmida.
Fechou os olhos, respirando fundo. “Eu