Pov. Narrador
A madrugada mergulhava a cidade em um silêncio estranho. As sirenes que ecoavam minutos antes haviam se apagado, substituídas apenas pelo som distante da chuva que começava a cair. O prédio antigo estava agora cercado por policiais, fitas amarelas e flashes das câmeras de repórteres que, como abutres, sentiam o cheiro de algo grande.
Ethan e Isabella haviam sido levados para fora, juntos. Molhados, exaustos, mas de pé. Os rostos iluminados pelos faróis das viaturas denunciavam o que as palavras ainda não tinham coragem de dizer: tudo estava prestes a mudar.
Helena, por outro lado, permanecia dentro, sendo interrogada. O olhar dela, mesmo diante de três oficiais, ainda carregava aquele brilho inquietante — como se ainda tivesse uma carta guardada na manga.
Victor não aparecera. Nenhuma resposta, nenhuma ligação. Apenas o nome dele impresso em cada documento encontrado sobre a mesa, como uma assinatura de traição.
Isabella se encolheu debaixo de uma marquise, observando as