A viagem estava marcada para dali a sete dias. Defne caminhava pelas calçadas de pedra do bairro antigo, sentindo que cada ruĂdo parecia mais intenso que o normal. NĂŁo era saudade. Ainda nĂŁo. Era antecipação.
No ateliĂȘ, ela finalizava os ajustes dos modelos Asas e RaĂzes, agora prontos para o lançamento global. Yasemin organizava tudo com precisĂŁo â e emoção discreta.
â VocĂȘ tem ideia do que isso representa, Defne? â disse, tocando o couro do modelo Asas.
â Uma garota turca indo pra Paris com sapatos que falam sobre saudade.
Defne sorriu com delicadeza. Mas por dentro... pensava em Ămer.
Na casa antiga, Serkan aparece no fim da tarde.
Traz um envelope. Dentro, uma carta e um par de tĂȘnis feitos Ă mĂŁo â rĂșsticos, tortos, mas cheios de intenção.
â Fiz sozinho. Sem ajuda de ninguĂ©m â disse ele.
â E quero que leve com vocĂȘ.
â NĂŁo Ă© pra usar. Ă pra lembrar que tem alguĂ©m aqui tentando fazer certo.
A carta dizia:
âVocĂȘ sempre foi minha guia, mesmo quando estava quebrada. Prometo que, quando