O mundo girou lentamente e, num esforço quase sobre-humano, Isabelle sentiu as pálpebras tremerem antes de se abrirem num clarão suave. Duas enfermeiras, trajando jalecos brancos, inclinavam-se sobre ela, apoiando-a no sofá do lounge reservado aos familiares. O tecido macio da poltrona ainda guardava o calor de seu desmaio, e o aroma sutil de desinfetante misturava-se ao perfume amadeirado das madeiras nobres do ambiente. Isabelle piscou, confusa. O coração latejava em seu peito como marteladas de ferro, mas, acima de tudo, havia um frio cortante que lhe gelava a alma.
Com voz trêmula, ela sussurrou:
— Por favor… digam que foi um pesadelo e que meu Matteo está vivo…
As duas enfermeiras trocaram um olhar dolorido, contiveram as lágrimas e, em uníssono, pediram:
— Calma, senhora Eisenberg. Respire fundo. Estamos aqui para cuidar da senhora.
Enquanto uma das profissionais segurava a mão de Isabelle com delicadeza, a outra buscou num carrinho de primeiros socorros um pequeno comprimido de