Na manhã seguinte, Isabelle despertou com o coração acelerado antes mesmo de abrir os olhos. Tudo à sua volta exalava serenidade: o cheiro de flores trazido pela brisa que invadia a varanda, o rouxinol que insistia num canto alegre, os primeiros tons de ouro tingindo as paredes. No entanto, a tranquilidade tinha um contraste estranho: Matteo continuava deitado, profundamente adormecido, algo absolutamente incomum. Em seus quatro anos de convivência – desde o fatídico casamento com Claude até encontrar novo amor ao lado de Matteo – ela jamais o vira repousar pela manhã. Ele acordava cedo, partia para o escritório, tomava decisões de impacto e só retornava ao anoitecer.
Com o corpo ainda meio adormecido, Isabelle virou-se na cama, sentindo o calor suave do casal. Escorregou para fora do edredom, apoiou-se no colchão com a ponta dos dedos e aproximou-se de Matteo. Pousou a mão na testa dele e notou o calor atípico. Respirou fundo e, com delicadeza, cutucou o braço do marido.
— Meu amor,