A chuva caía fina sobre a Villa Farella naquela tarde, borrando a paisagem da janela do escritório de Dominico. O som ritmado das gotas batendo contra o vidro parecia misturar-se ao farfalhar de papéis sobre a mesa. Ele revisava contratos, a mente focada, quando a porta se abriu sem bater. Lizandra entrou como se estivesse em seu próprio espaço, passos seguros, o perfume adocicado preenchendo o ambiente.
— Não tem um minuto para mim, Dominico? — perguntou, com um sorriso que não chegava aos olhos.
Ele ergueu o rosto devagar, o semblante fechado. — Estou ocupado.
— Sempre tão ocupado… — comentou, aproximando-se. Nas mãos, carregava um envelope branco, que parecia manipular com cuidado. — Achei que talvez se interessasse por algo que tenho aqui.
Dominico pousou a caneta com um suspiro paciente. — Lizandra, seja objetiva.
— Não é sobre mim. É sobre ela — disse, com um brilho enigmático nos olhos.
Com movimentos calculados, retirou algumas fotografias de dentro do envelope e as colocou so