Uma fina garoa de primavera caía sobre Genebra quando Isabelle e Matteo saíram de casa para o compromisso mais delicado que haviam enfrentado até então. Fazia exatamente uma semana desde a visita do Dr. Laurent à mansão, a confirmação de que algo no coração de Matteo precisaria de investigação mais detalhada. No carro executivo, estacionado em frente ao portão, eles subiram em silêncio; ambos no banco de trás, ambos envoltos em pensamentos pesados.
Isabelle, o relógio no painel: 8h15 da manhã. Lançou um olhar de preocupação a Matteo. Ele não fazia mais questão de formalidades naquele momento: suspirava fundo, as têmporas marcadas pela exaustão. Ela contava mentalmente quantos dias se passaram desde o primeiro sintoma – a tontura súbita, o frio no peito, o suor que brotava sem motivo aparente –, e temia pelos resultados que viriam.
O carro deslizou pela rua arborizada, atravessou avenidas centrais pontilhadas de cafés e lojas de luxo, até dobrar numa alameda que beirava o Lago Léman. E