Os últimos dias haviam sido um inferno que eu nunca imaginei viver.
Sempre fui meticuloso, sempre soube separar o pessoal do profissional.
Mas agora, ambos os mundos colidiam de uma maneira que ameaçava me derrubar.
Fernanda, com seu sorriso falso e as palavras calculadas, havia me enganado uma vez, mas não iria repetir isso de novo, não mesmo!
A ligação de Bruno apenas reforçava algo que eu me recusava a admitir: a dúvida estava corroendo tudo, e eu precisava tirar essa história a limpo.
Não iria mais perder tempo. A necessidade de respostas urgentes queimava dentro de mim como um fogo incontrolável, consumindo qualquer vestígio de paciência.
Eu precisava saber a verdade, e faria o possível e o impossível para consegui-la.
Sentado no meu escritório do hospital, observei o relógio na parede.
Já passava da meia-noite, mas o sono era uma ilusão distante.
O som da porta se abrindo me tirou dos pensamentos sombrios.
Era Ruan, pontual como sempre, sua expressão impassível, mas