O dia estava no fim, mas minha cabeça girava como se eu tivesse corrido uma maratona.
O hospital nunca dava descanso, mas dessa vez, o cansaço vinha de um lugar diferente.
Fernanda estava sendo estranhamente evasiva há dias, o que apenas aumentava a inquietação que eu tentava ignorar.
Foi quando recebi a ligação. Uma voz conhecida, mas inesperada.
— Isaías, sou eu... Bruno.
Fiquei em silêncio por alguns segundos.
Bruno, meu antigo amigo, o cara que eu confiava cegamente até descobrir que estava dormido com Fernanda enquanto ainda estávamos juntos.
Que ironia!
O que esse infeliz quer agora.
— Por que está me ligando? — Minha voz saiu fria, cortante, carregada de uma raiva que eu mal conseguia controlar.
— Preciso falar com você sobre... a Fernanda — ele respondeu, hesitante, como se soubesse que estava pisando em território perigoso.
— Não estou interessado no que você tem a dizer. — Minha resposta foi seca, um aviso claro de que ele deveria pensar duas vezes antes de