O silêncio dentro da cabana era quase tão pesado quanto a escuridão que pairava do lado de fora. O cheiro de pólvora e sangue impregnava o ar, misturado ao suor e ao cansaço que pesava sobre cada um deles. Beatriz ainda segurava a mão de Davi, sentindo a temperatura fria de sua pele contrastar com o calor febril que ainda o dominava.
Samuel gemia baixinho, pressionando um pedaço de tecido sobre o ferimento em seu ombro. Fernando estava encostado na parede, a arma ainda firme em sua mão, mesmo que seus olhos piscassem em exaustão. Helena terminava de verificar os corpos caídos, recolhendo qualquer coisa que pudesse ser útil — munição, facas, suprimentos.
— Eles vão voltar. — A voz de Helena cortou o silêncio. — E virão em maior número.
Beatriz fechou os olhos por um momento, sentindo o peso das palavras. Era óbvio. Aquela batalha não havia sido uma vitória, apenas um aviso. Os inimigos agora sabiam onde estavam. Sabiam que não desistiriam sem lutar.
— Precisamos sair daqui. — Samuel mu