46. O Antro do Pecado
Max sentia o gosto metálico do sangue na boca. A dor era uma presença constante, latejante, um tambor silencioso batendo contra seu crânio. Ele estava jogado no chão frio do galpão, os pulsos presos por cordas ásperas e os músculos gritando de exaustão. Seu rosto estava inchado, um dos olhos quase se fechando completamente, e cada respiração fazia seu peito arder.
Rodrigo, o homem que um dia fora apenas um rival em apostas e negócios escusos, agora o observava com um sorriso de puro desprezo. Ele ajeitou o colete caro, os dedos deslizando por cima do tecido com a calma de um homem que sabia ter vencido.
— Sabe o que é engraçado, Vieira de Sá? — Rodrigo falou, abaixando-se para ficar à altura de Max. — Eu passei anos construindo meu império. Não foi fácil, não com os cães da lei farejando cada um dos meus passos. Mas eu sempre fui esperto. Sempre soube com quem negociar, quem comprar, quem ameaçar. Até que o merda de um libertino apareceu e o maldito irmão moralista decidiu que ser