34. Casa na cidade
O silêncio na casa dos Vieira de Sá era opressor. Apenas o estalo ocasional da madeira na lareira quebrava a tensão sufocante entre os dois irmãos restantes. Eduardo permanecia de pé, os ombros rígidos e a expressão fechada em um misto de raiva e decepção. Max, com o rosto ainda marcado pelos socos que recebera de Vicente e pelo peso das próprias escolhas, tentava conter a fúria que borbulhava em seu peito.
— Eu ainda não consigo acreditar. — A voz de Eduardo soou áspera, cortando o silêncio como uma lâmina. — Você… com a mulher que eu ia me casar?
Max passou a língua pelo corte no lábio inferior antes de responder, a voz rouca e carregada de emoção contida.
— Não foi algo que eu planejei, Eduardo. Eu tentei… tentei me afastar.
— Não tentou o suficiente. — Eduardo zombou, o tom carregado de sarcasmo e mágoa.
— Eu sabia que o certo era deixar você e Cecília seguirem com esse casamento ridículo. — Max estreitou os olhos. — Mas toda vez que a via… Eu perdia o controle. O que exi