Narrado por Alana
Subi as escadas da base com o sangue nos dentes e o coração explodindo no peito como tambor de guerra.
Não tinha frescura.
Não tinha cerimônia.
Tinha missão. E raiva.
Cada degrau rangia baixo, cúmplice do meu silêncio.
Cheguei na porta da sala da coronel.
Bati uma vez.
Forte.
Sem pedir licença pra existir.
— “Entra.” — veio a voz seca lá de dentro.
Entrei.
Fechei a porta com firmeza, sem medo do eco.
A Coronel Daniela tava em pé, de costas, encarando a janela como se o mundo lá fora ainda obedecesse à hierarquia.
Farda impecável. Postura de ferro. Mãos cruzadas nas costas.
Só virou o rosto quando sentiu meu silêncio cortando o ar como navalha.
— “Sargento Alana.” — sem emoção.
— “Coronel.”
Ela se virou por completo.
O olhar era aço polido.
Frio.
Cortante.
Sem um pingo de espaço pra diálogo — só protocolo.
— “Diga.”
Respirei fundo.
Mas a voz saiu firme, reta, do tipo que não treme nem pra superior.
— “Quero saber por que o Vilela ainda tá na