[Narrado por Coronel Daniela Vasconcellos]
A porta da base bateu seca.
Vilela entrou. Corpo tenso, olhar atento. Quando ele fecha a porta e segura a ficha com força demais, eu entendo: tem algo se movendo.
Mas eu não gosto de movimento fora do meu comando.
— "Coronel... a Sargento Alana ainda não deu sinal."
Silêncio.
É isso. Nenhum rastro. Nenhuma confirmação. Nenhum corpo.
O que me irrita não é a ausência dela. É o vácuo de informação. A quebra do controle. Porque não há guerra mais perigosa que a que não se vê.
Vilela continua:
— "A viatura dela foi encontrada, vazia. Sem sangue, sem arma. Comunicador quebrado. Nenhuma testemunha que preste."
— "E a intel dos becos?"
— "Negativa. Conquista continua muda. Ninguém fala. Ninguém viu."
Revirei os olhos. Claro que ninguém viu. Aquilo é um buraco onde a lealdade à lei é enterrada com nome, data e culpa.
Pensei em Caio.
No Muralha.
No nome dele surgindo outra vez depois de tanto tempo enterrado entre registros velados e mis