PH
Os meses que se seguiram foram de uma calma que eu nunca pensei que teríamos. Eu me vi em uma rotina que jamais imaginei, acordar ao lado da mulher que amo, tomar café com meu filho, e depois sair para cuidar do morro. Raquel, a delegada, manteve-se discreta, mas eu sabia que ela estava de olho. Sua amizade com Any continuou e ela já chegou até a visitar Any aqui no morro, tudo em segredo é claro, ninguém da polícia poderia saber que uma delegada tem acesso livre a um morro.
Uma noite, depois que Ryan já estava dormindo e a casa estava em silêncio, Any veio até mim na varanda. Ela me abraçou por trás, sua cabeça encostada nas minhas costas, e eu senti algo diferente em seu toque. Um nervosismo bom, uma emoção contida.
— Phellipe — ela sussurrou, e sua voz tremia um pouco. — Eu tenho uma coisa para te contar.
Me virei para ela, preocupado, mas o sorriso que ela me deu era tão radiante que toda a preocupação se desfez. Em suas mãos, segurava uma caixinha pequena, e dentro dela, um