📖 Capítulo 10
Ane passou o dia inquieta. Tentava se concentrar no crochê que a mãe insistia para que ela não largasse, mas a mente estava em outro lugar. Cada ponto feito era interrompido por um pensamento sobre Moreno. O celular, sobre a mesa, parecia vibrar mesmo quando estava em silêncio.
Não era ciúme no sentido puro, ela se dizia. Era mais um incômodo que brotava quando lembrava do passado dele: os relacionamentos, as decepções, o fato de já ter sido trocado por outras mulheres. Tudo isso voltava à memória como se fosse uma sombra constante. “E se eu for apenas mais uma história?”, pensou, sentindo um aperto no peito.
Moreno, por outro lado, passava o dia no trabalho. Orientava jovens no ginásio, corrigia posturas, incentivava com seu jeito firme e sereno. Mas, quando se afastava da quadra, o celular na mochila chamava sua atenção. A cada intervalo, buscava uma mensagem dela, como quem procura oxigênio.
Naquela tarde, foi ele quem quebrou o silêncio. Enviou uma foto do céu de C