8. Ecos da mentira
Seis pares de olhos se dividiam entre mim e seu líder. A tensão era densa, quase sólida, preenchendo o espaço entre as respirações contidas e os olhares acusadores. Ninguém dizia nada, mas todos queriam respostas. E eu também.
Lorcan foi o primeiro a romper o silêncio, inclinando-se ligeiramente para frente. A escuridão em sua voz fez a tenda encolher ao redor de mim.
— Você está me dizendo… — ele começou, cada palavra pingando desconfiança — que não faz ideia do que está acontecendo nos últimos anos?
Engoli em seco, tentando manter a postura. As palavras me pesavam na garganta, mas precisei soltá-las.
— Eu estive isolada. Em um lugar onde notícias não chegavam…
Um bufar audível cortou o ar. Cassian, o Beta, se remexeu na cadeira como se não aguentasse mais ouvir.
— Ah, lá vem ela com essa história de novo.
— Tem algum problema, Beta? — retruquei, sentindo a raiva subir como brasas. — Se tiver algo a dizer, diga logo.
— O problema é que você mente. Se acha mesmo que vamos engolir essa