7. Uma intrusa astuta
O suéter de tricô agarrava minha garganta como um laço, sufocando mais que o frio da manhã. A saia de lã xadrez que arrastava até meus tornozelos e a meia-calça escura escondiam minha pele, me transformando em uma boneca domada, imaculada, o oposto de quem eu sou.
Um rangido arranhou o silêncio. A porta se abriu, revelando uma mulher de postura ereta e olhos afiados. Cabelos loiros claros, um rosto firme. O tipo de pessoa que mede você como se avaliasse um alvo.
— Você deve ser a Padgett — disse, com um sorriso breve, vazio.
— E você é...?
— Sofia. O Alfa mandou me buscar.
Simples assim. Nenhuma simpatia, nenhuma cordialidade. Apenas uma ordem disfarçada de constatação. Engoli seco, mas a segui.
A cabana era pequena, funcional. Sala e cozinha dividiam o mesmo espaço, com móveis antigos e o aroma de madeira envelhecida impregnado em tudo. Ao cruzarmos a porta, o ar gelado me atingiu como um tapa.
Lá fora, um acampamento. Tendas cinzentas salpicadas entre fogueiras, grupos em volta do f