O relógio marcava quase meia-noite quando Rafael ainda estava no escritório.
A cidade lá fora era só luz e ruído, mas ali dentro o som do teclado era o único que existia.
Na tela, uma planilha aberta com linhas e colunas de dados.
Endereços de IP. Horários de envio. Logs de acesso.
No topo, o nome do arquivo: Operação Claridade.
Marcelo, o diretor jurídico, entrou sem bater.
— Você ainda aqui?
— Não posso dormir enquanto ela estiver sendo injustiçada. — respondeu Rafael, sem tirar os olhos do monitor.
Marcelo se aproximou, analisando a tela.
— Tá rastreando os remetentes internos?
— Todos. Do marketing ao administrativo. Alguém usou o servidor da empresa pra enviar aquele e-mail.
Marcelo cruzou os braços. — Você tá fazendo o que o compliance devia fazer.
— Eu tô fazendo o que eles não têm coragem. — rebateu. — Eu não quero só limpar a imagem da empresa. Eu quero limpar o nome dela.
Marcelo assentiu. — Eu te ajudo. Mas sem ruído.
Rafael levantou o olhar. — Silêncio é a única arma que a