Mundo de ficçãoIniciar sessãoO treinamento corporativo da franquia durava cinco dias.
Naquela quinta, o ar na sala parecia mais denso.
— Amanhã é o último dia, pessoal — ela anunciou, enquanto os participantes recolhiam os materiais. — Hoje à noite teremos o jantar de encerramento, como de costume. Sejam pontuais.
Ela não olhou na direção dele.
Quando todos saíram, Rafael se aproximou da mesa.
— Sim. Um jantar corporativo — respondeu, seca, enquanto organizava as pastas.
— E você vai estar lá como… instrutora ou mulher? — perguntou, apoiando uma das mãos na mesa, inclinando-se um pouco.
Ela travou.
Ele riu baixo.
Antes que ela pudesse responder, ele se afastou, deixando o perfume dele pairar no ar , quente, amadeirado, quase insolente.
O salão do hotel estava iluminado por luzes amareladas e suaves. As mesas redondas, decoradas com flores brancas, refletiam elegância.
Ele a observou desde o momento em que ela entrou.
— Bonito o vestido — disse ele, aproximando-se devagar, respeitoso, mas firme.
— Obrigada — respondeu, sem olhá-lo diretamente.
— Combina com você. Elegante, mas perigoso.
Ela soltou um riso curto.
— É. Do tipo que o homem só percebe que tá perdido quando já é tarde demais.
Por alguns segundos, o tempo pareceu parar.
— Rafael, estamos em um evento profissional — murmurou.
— E o que isso muda no que a gente sente? — perguntou, baixo, quase sem mover os lábios.
Ela desviou, respirando fundo.
Mas ele não insistiu.
Mais tarde, quando o jantar terminou, a chuva começou.
— Quer uma carona? — perguntou, oferecendo o olhar mais desarmante do mundo.
Ela hesitou.
E foi nesse silêncio que ela entrou no carro dele.







