A quinta-feira terminou, mas o eco dela ficou no ar.
No andar de Treinamento, o silêncio do fim do expediente soava mais alto do que de costume.
Lívia ainda estava ali, revisando os apontamentos da triagem.
Os gestos eram precisos, mas o pensamento vagava — entre a lembrança da voz de Caio e o olhar de Rafael durante toda a reunião.
O celular vibrou:
Rafael:
“Ainda no escritório?”
“Sim, finalizando relatórios.”
“Posso passar aí?”
“Melhor não. A Camila ainda está por perto.”
Demorou um minuto até a resposta:
“Então me diz que tá tudo bem. Só preciso ouvir isso.”
Ela sorriu.
“Tá tudo bem. Só cansada.”
Mas o corpo dela mentia. O coração estava em alerta — e não era só por Caio.
Rafael estava em sua sala, o blazer sobre a cadeira, as luzes baixas.
Tentava terminar um relatório, mas a cena da manhã voltava como um filme: o modo como Caio a olhara, o sorriso leve, a familiaridade desconcertante.
Era o tipo de olhar que não se esquece quando já se amou alguém.
Fechou os olhos, enco