A semana seguinte à auditoria parecia outra vida.
 Os corredores da VittaFran estavam mais leves, as conversas voltaram a ter risadas, e até o som do café sendo servido parecia mais doce.
 Mas dentro de Lívia, a calmaria vinha acompanhada de um vazio silencioso — como o ar depois de uma tempestade: parado, mas ainda cheirando a relâmpago.
Ela passava os dias revisando relatórios, preparando materiais de fechamento e evitando qualquer olhar que pudesse denunciar o que sentia.
 O segredo entre ela e Rafael agora era mais do que um pacto — era uma sobrevivência emocional.
Na tarde de sexta-feira, o celular vibrou discretamente sobre a mesa.
Rafael:
“Fim de guerra. Te devo um pôr do sol.”
Ela sorriu sozinha.
 Sabia que o convite escondia mais do que o texto — e, por mais que tentasse conter o coração, a vontade de vê-lo era incontrolável.
O lugar escolhido era um mirante discreto, longe do centro, onde a cidade parecia respirar em ritmo próprio.
 Rafael já a esperava encostado no carro, c