A primeira reunião para discutir a versão ilustrada de Entre Sombras e Estrelas aconteceu por videochamada. Aurora ajeitou o cabelo pela terceira vez, mesmo sabendo que Davi a veria da mesma forma — linda, com o jeito dela de ficar nervosa e de morder a pontinha do lábio quando se concentrava demais.
— Você tá aí? — ele perguntou, com aquele sorriso meio torto, meio encantador, que Aurora sentia falta até nos sonhos.
— Tô. Só ajustando a câmera... e a coragem — ela respondeu, meio rindo, meio tremendo.
A equipe do estúdio era jovem, moderna, cheia de ideias. Falaram sobre estilo visual, paleta de cores, expressividade dos personagens, e até sobre como traduzir a intensidade emocional do livro para uma narrativa visual.
— Queremos que o público sinta o que vocês viveram — disse a diretora criativa. — Não é só um romance. É um mergulho emocional. Vocês topam esse desafio?
Aurora olhou para Davi, que assentiu devagar, como quem carrega promessas nos olhos.
— A gente viveu isso. A gente p