Assim que cheguei em meu quarto, entrei e peguei meu celular. A noite já havia chegado, tingindo o céu de um azul profundo, e eu queria ver se tinha alguma ligação de Rafael. Não sabia o porquê, mas queria escutar a voz dele naquele momento, um conforto estranho que meu corpo parecia exigir. Não havia nada. Sentei-me na cama, o silêncio do quarto pesado, quando escutei alguém bater na porta. Levantei-me e segui para abri-la. Lá estava Sofia, parada sem jeito, o rosto um pouco corado.
— Podemos conversar? — ela perguntou, a voz baixa.
Saí do caminho para que ela entrasse e fiz sinal em seguida para que ela me seguisse até a sacada. O céu estava lindo, na sua cor azul-marinho, e as estrelas cintilavam, parecendo salpicadas, complementando o cenário. O ar fresco da noite era um alívio para a confusão em minha mente.
Quando ela se encostou no corrimão da sacada, fui eu quem começou a falar.
— Desde quando você conversa com Carlos?
Ela hesitou por um momento, desviando o olhar. — Desde que