Uma Última Chance para Carlos
ISABELA
— Então você voltou para quê? — perguntei, a voz embargada pela surpresa da revelação. O choque da notícia do câncer de Carlos ainda me paralisava, e a raiva de antes havia se esvaído completamente, substituída por uma tristeza inesperada.
Carlos olhou para mim, com o rosto pálido, a respiração tensa. Seus olhos, antes tão cheios de uma curiosidade manipuladora, agora expressavam uma vulnerabilidade que eu nunca imaginei ver.
— Preciso passar, talvez, meus últimos momentos com a pessoa que amo — disse ele, com a voz quase inaudível, um sussurro carregado de dor e resignação.
Antes que eu pudesse responder, ele se curvou de repente, uma pontada de dor visível em seu rosto. Imediatamente, me levantei da cama e tentei ajudá-lo a se endireitar.
— O que foi? — perguntei, sentindo um arrepio.
— É só que está na hora de eu tomar os meus remédios — ele murmurou.
Eu o ajudei a chegar até o lugar onde estavam seus remédios, a cômoda lotada de frascos. Ele p