Emma se afastou de mim, os olhinhos fixos nos meus, esperando uma reação. Eu apenas sorri forçadamente, um sorriso que não alcançava meus olhos, sentindo o choque e a estranheza de ter aquela menina me abraçando com tanto carinho, sem que eu soubesse quem ela era. O aperto em meu peito se intensificou.
Foi então que minha tia Benedita entrou, seus olhos perspicazes captando a tensão no ar.
— Rafael, você me deixa levar Emma para tomar um sorvete aqui perto? Assim vocês terão um tempo para conversar — ela perguntou, a voz suave, mas com um toque de sabedoria que me fez sentir um pingo de gratidão por sua intervenção.
— Claro, Benedita — Rafael respondeu, a voz rouca, sem tirar os olhos de mim, sua expressão indecifrável.
Emma, com um grito de alegria abafado, correu e deu uma das mãos para minha tia, que a levou para fora da casa. Eu acenei para ela em agradecimento, sentindo o alívio temporário da sua partida.
Rafael apertou os punhos ao lado do corpo, seus olhos se voltaram novamente