Jonas permaneceu parado diante do altar, os olhos fixos nos nomes escritos à mão no caderno. A chama da vela tremulava como se reagisse à sua inquietação interior. Os nomes... não eram apenas aleatórios. Eles carregavam memórias.
Camila S. Andrade.
O nome reverberou dentro dele com uma nitidez dolorosa. Camila era brilho — aquele tipo de pessoa que parecia iluminar os ambientes por onde passava, mesmo quando falava de temas sombrios como Nietzsche ou psicanálise. Eles se conheciam da faculdade, dividiam seminários, longas conversas no pátio e tardes rabiscando ideias em cadernos rabugentos. Mas o melhor de tudo vinha depois das aulas.
O bar.
Um canto pequeno e meio sujo na esquina da rua Augusta. As paredes repletas de pichações, os bancos desconfortáveis, mas a cerveja era barata e a música alta o suficiente para abafar os ruídos dentro da cabeça dele.
Era lá que Camila ria com vontade, jogando o cabelo para trás e zombando dos professores mais sisudos. Lá também estava Victor Almeid