Em todas as prateleiras se viam fetos emersos em um líquido que claramente era formol. Ali estava a coleção. A bizarra coleção de fetos de um serial killer que você está prestes a acompanhar. Vincent Hughes é para Donna o homem perfeito, e para as suas vítimas, ele é o Ceifador de Anjos, o serial killer mais procurado de Los Angeles. A busca pela verdadeira identidade do Ceifador de Anjos é para os detetives Christopher Lang e Ramona Hale o caso mais enigmático de todos. Vincent é inteligente, charmoso e manipulador o suficiente para esconder de todos, inclusive de sua companheira Donna, seu mórbido segredo: por trás da sua aparente perfeição, está o psicopata que coleciona fetos.
Leer másQuem se aventurar a conhecer a história do Ceifador de Anjos, o serial killer colecionador de fetos, concorda comigo quando digo que ela é viciante, empolgante e é claro, carregada de certo horror.
A Coleção de Fetos é de fato o início de uma viagem na mente perigosa de um assassino frio e calculista, que permite ao leitor conhecer cada uma das suas vítimas, cujas histórias se assemelham à rotina de pessoas reais, chamando atenção para o drama vivido por cada uma dessas personagens.
A psicopatia do protagonista, Vincent Hughes, é como uma doença contagiosa que infecta a vida de vários outros personagens da trama, onde famílias inteiras acabam sendo destruídas.
Ao longo das páginas, somos lançados a uma empolgante busca de "linha cruzada", onde ao mesmo tempo em que torcemos pelos mocinhos, torcemos também pelo vilão. Ambiguidade esta que só salienta a perspicácia e o talento da autora.
A narrativa por si só é contagiante. O enredo como um todo é bem construído e regado a emoção e suspense. As descrições das cenas são feitas de forma que nos permite imaginá-las perfeitamente, até mesmo quando o Ceifador ataca, é possível “ver” – para quem tem estômago para isso – ou “sentir” – para os mais sensíveis.
Adriano Léo Araújo,
autor da série Psicopatas.
Vincent foi para casa, precisava arrumar as malas. Logo que chegou ouviu o telefone tocar, ao atender se surpreendeu ao ouvir a voz de Olivia, perguntando se a amiga já havia retornado de San Diego, o que ele respondeu que não, avisou que como ele viajaria a trabalho, sua esposa achou melhor permanecer na casa do irmão.Os colegas de trabalho do casal, os amigos próximos de Vincent e Donna, como Pamela e Alex, e os membros da igreja que frequentavam não sabiam que Donna estava internada, assim como não sabiam o que aconteceu com sua filha, pois se soubessem iriam visitá-la, o que poderia prejudicá-lo, por isso, ele não contou para ninguém.Pamela acreditava piamente que Donna estava em San Diego, não tinha contato com a família de Donna, mas a última coisa que soube era que ela tinha ido ficar alguns dias por lá, pois precisava de cuidados e de ajuda com a filha. Foi ela q
Vincent estava no quarto, era quase hora do almoço e ele não sentia fome, não estava animado para se levantar, nem sequer foi trabalhar, alegando ter que resolver alguns problemas pessoais, o que seu chefe e sua equipe entenderam, pois sabiam que sua esposa estava doente, embora ignorassem os últimos acontecimentos.Não conseguia acreditar no fato das coisas terem chegado naquele ponto, ao que parecia, o destino quis tirar-lhe tudo. Incomodava-o profundamente a aversão e o asco que Donna parecia sentir por ele, era tão injusto da parte dela, agir assim quando sempre procurou fazê-la feliz. No entanto, descobrir que Danna estava viva lhe encheu de esperanças, pois nem tudo estava perdido, acreditava piamente que os três ainda podiam ser uma família feliz, como eram antes de tudo aquilo.Precisava procurar pela filha, sabia que Donna não falaria, então ele buscava mentalmente op&cced
— Chris, ela ainda está com frio amor, não para de chorar, o que faço? — perguntou com a pequena criança nos braços, toda enrolada em um cobertor, aos berros.— Calma, Olivia, ela deve estar com fome. Meu Deus, tão pequena, quem fez uma coisa dessas. Tente acalmá-la, vou buscar algo para ela beber.— Tem fórmulas específicas para bebês, Chris, você encontra na farmácia, é como leite da mãe! — falou balançando a bebê.Christopher deu um beijo na esposa e dirigiu rápido até a primeira farmácia que encontrou aberta, ainda era madrugada, não havia muitas opções. Comprou a fórmula, mamadeira, fraldas, pomada e tudo que o farmacêutico disse ser importante ter quando se tem um bebê em casa. Voltou rápido, enquanto sua esposa cuidava da criança, ele leu as ins
Já havia passado três dias e ela ainda não conseguia pensar em nada para se livrar dele. Sabia que denunciá-lo sem provas seria burrice, ninguém acreditaria e ela levaria a pior, retornar para a casa seria como cometer suicídio, se Vincent não a matasse tiraria toda sua liberdade, além de forçá-la a viver um casamento de fachada para que ele mantivesse em segredo o monstro que existia dentro dele. Matá-lo não a ajudaria, de qualquer forma, mesmo sentindo verdadeiro asco pelo marido, não tinha coragem para tanto.Seus pensamentos eram confusos, estava claro que sempre viveu um relacionamento de aparências, mas era fato também que pelo menos para ela, Vincent nunca fez mal, pelo contrário, sempre foi muito bom. Talvez ele a amasse, talvez fosse obsessão, coisa que ela não saberia dizer. O que Donna sabia era que Vincent não passava de um assassino c
Donna acordou com uma enfermeira chamando por seu nome. Uma moça morena muito gentil, que sorria para ela.— Como está essa linda mamãe?— Oi, eu estou me sentindo muito cansada ainda — respondeu.— São os medicamentos, dão muito sono — explicou de forma educada.— Mas não preciso mais de medicamentos — reclamou Donna.— O doutor Davids acha que sim, precisa se manter calma.— Acham que eu estou louca? — interrompeu irritada.— Não, senhora, pelo contrário. Entendemos tudo que a senhora passou, qualquer pessoa sairia afetada, mas pode ficar tranquila, isso é apenas uma fase. Logo vai passar! — explicou a enfermeira.— Apenas uma fase!? — repetiu a paciente sem ânimo, apoiando a cabeça mais para trás no travesseiro.— Seu marido esteve aqui pela manh&a
Já era noite quando Donna despertou, esteve a maior parte do tempo sedada, pois os medicamentos usados para acalmá-la antes do parto ainda estavam em seu organismo. Levou alguns segundos para perceber que estava no hospital, embora os pensamentos ainda estivessem bem confusos, lembrou do que viu no porão, o que lhe causou uma dor profunda emocionalmente.A terrível lembrança a fez levar as mãos à barriga, lembrou das dores agudas que sentiu ao sair de sua casa, entendendo que entrou em trabalho de parto. Sua filha já tinha nascido, mas não estava ali, onde estava? Pensou no marido, ele podia estar com ela. Esse pensamento a desesperou. Tentou levantar, nem sequer conseguiu sentar, pois não sentia suas pernas, provavelmente porque ainda estava sob efeito da anestesia usada para fazer a cesariana.Vincent, que estava sentado em uma poltrona no canto do quarto, longe do campo de visão da sua espo
Último capítulo