Narrado por Bruna
Senti um alívio imenso ao ver Maitê acordada. Seu olhar ainda estava distante, como se parte dela tivesse ficado presa em algum lugar escuro do qual ainda tentava escapar. E talvez tenha ficado mesmo. Durante essa última semana, vendo-a desacordada naquela cama de hospital, percebi com mais clareza o tamanho do monstro que é o meu irmão. Como ele pôde fazer isso com alguém que um dia disse amar? Que jurou proteger?
Maitê nunca fez nada além de estar ao lado dele, mesmo quando ninguém mais estava. E, ainda assim, ele a traiu. A machucou da pior forma. Ele perdeu a mulher que mais o amou e ainda teve a audácia de culpá-la. É inacreditável.
A médica chamou Maitê para realizar alguns exames. A expressão de dor no rosto dela a cada passo era de partir o coração. Vi seu esforço para não gritar, para parecer forte. E isso me fez pensar: será que um dia ela vai conseguir ser verdadeiramente feliz? Ou será que a felicidade, para pessoas como nós, é só uma ideia distante, uma